terça-feira, 23 de agosto de 2011

JORGE (AMADO) JORGE









R. Alagoinhas, nº 33 – este foi o endereço da casa de Jorge, o Amado, nascido Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001), um ícone da cultura baiana que se empenhou não só em divulgar e multiplicar a história e o povo da Bahia, mas em poetizar e perpetuar as raízes de sua cultura, deixando um legado literário impressionante na arte das letras.

Foi um contador nato de histórias, desde as primeiras linhas do romance “O País do Carnaval”(1932), marcando sua carreira literária, passeando pelos coronéis do cacau, pelas Gabrielas cravo e canela, pelas morenas jocosas, pelas cabrochas sensuais …

Suas obras exalam o cheiro de Ilhéus/BA e o gosto do cacau, valorizando a cultura local. Podemos citar o restaurante Vesúvio imortalizado nas suas prosas como o ponto de encontro, a boa comida libanesa e os quitutes baianos e é claro, o quibe “original” de "seu Nacib". Foi um precursor do turismo cultural.

Foi um dos brasileiros mais publicado, lido e traduzido no mundo, entre romances, poesias, contos, literatura infanto-juvenil, textos para teatro, biografias, dentre tantas outras. O seu legado está em 52 países e 42 idiomas.

O Amado Jorge tinha uma capacidade de ir e vir do real ao imaginário sem perder o diálogo entre os dois, estabelecendo uma sintonia perfeita com a ficção. Mesmo os escritos em prosa é pura poesia. Dentro do seu estilo ficcional os temas constantes das obras são os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças e tradições, ressaltando a sensualidade do brasileiro.

Foi um dos autores mais adaptados para a televisão brasileira como Tieta do Agreste, Gabriela Cravo e Canela, Teresa Batista Cansada de Guerra, Dona Flor e seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, dentre outros, além de adaptações para o cinema e teatro.

Podemos citar algumas de suas obras desde o início de suas produções em sequências de tempo e regularidade impressionantes: Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Marto (1936); Capitães de Areia (1937); Gabriela, Cravo e Canela (1958); Os Velhos Marinheiros (1961);  Morte de Quincas Berro D'Água (1961); Dona Flor e seus Dois Maridos (1966), dentre tantas outras ...
Seu casamento com Zélia Gattai (1916-2008) também escritora, durou 56 anos.

Enfim, prosear sobre Jorge é um convite a beber  numa fonte criativa e inspiradora regada a celebração e renovação de uma presença que permanecerá sempre em nossas mentes e emoções tantas vezes compartilhadas através de suas obras.  Inesquecível.









Nenhum comentário:

Postar um comentário