quarta-feira, 29 de junho de 2011

Altar de Santo Antonio



Fotos do Arquivo Pessoal de Silvana

Para deixar a alma em festa e cheia de inspiração
estimular os desejos secretos 
deixar os namoricos em alerta
as mentes abertas 
os pensamentos vazios ... vadios ... 
ativar a arte de criar e contemplar
                                                                      o belo ....

À querida prima e amiga Silvana Salomão uma pequena demonstração de seu talento e criatividade. Contatos através do e-mail silvana.salomao@globo.com 

terça-feira, 28 de junho de 2011

FILME Potiche - Esposa Troféu / Potiche










É uma comédia sem romantismos, atual, para todas as épocas, é o retrato de um tempo ilustrando a emancipação feminina dos anos de 1977, precisamente. A história passa em uma província francesa onde mora uma dedicada mãe e dona de casa Suzanne Purjol (Catherine Deneuve), esposa burguesa, dependente e submissa ao marido autoritário e ditador Robert Pujol (Fabrice Luchini). Até que um dia, o mesmo adoece e ela tem que assumir o comando da fábrica de guarda-chuvas, herdada do pai dela. É aí que começa a virada da personagem, com sua capacidade de trabalho e dom para administração, ela adota medidas que conseguem alavancar as vendas e as exportações e “quebrar” o clima de greves e guerra que os empregados vinham enfrentando na antiga gestão.
Depois de um tempo, Robert retoma ao trabalho, mas aí tudo muda, já foi plantada a semente do trabalho feminino, da igualdade e da liberdade. Suzanne não se sente mais a esposa troféu, a esposa bela que decora, mas não emite opinião, não admite mais as traições do marido e quer ser produtiva, para isso, depois que perde a presidência da fábrica, investe na política, tornando deputada.
É um filme que trata dos universos masculino x feminino, do machismo do homem, do papel da mulher no mundo do trabalho, enfim, questões que podem ser analisadas e reformuladas – é isso que a personagem faz, combate a relação submissa e subserviente e contribui para o feminismo ganhar espaço.
Destaques para as atuações de Catherine Deneuve, ícone do cinema francês, sempre bela e elegante e Gérard Depardieu como o prefeito. Dobradinha perfeita.
A direção é de François Ozon. França / 2010
Sessão pipoca alegre e divertida. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

FILME Meia Noite em Paris / Midnight in Paris











É um filme que revive a nostalgia, o passado e transporta o protagonista Gil (Owen Wilson) para os bons e velhos tempos da Belle Époque e da Paris dos anos 1920, com todo o seu charme e elegância.
A história se baseia nas inquietações e insatisfações de Gil, um roteirista de Hollywood que sempre idolatrou os grandes escritores americanos e quis ser como um deles, até que numa de suas visitas a Paris junto com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e dos pais dela John e Helen (Kurt Fuller e Mimi Kennedy) respectivamente, ele se redescobre e passa a se questionar sobre os rumos de sua vida, o seu livro já escrito, mas ainda não publicado  e a resgatar o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido. Mas, para tal, Gil desencadeia uma verdadeira “maratona de sonhos”, ou seja, ele revisita a velha Paris dos idos de 1920, passando por experiências incríveis, revendo personalidades que se tornaram célebres, reativando um amor às antigas, enfim, vivenciando os costumes daquela época. Mas esses passeios noturnos em busca de inspiração fará com que Gil repense também sobre o presente, sua vida pessoal e o relacionamento com a noiva e o que ele realmente deseja.
Essa “viagem” através da imaginação do protagonista nos transportará a momentos e lugares inesquecíveis, rememorando uma Paris linda e poética convidando o espectador a um verdadeiro tour ao passado.
Com tudo isso, o então protagonista perceberá que as insatisfações inerentes ao ser humano o acompanhará em qualquer lugar e época.
Vale ressaltar a presença, mesmo que pequena de Carla Bruni como guia de museu. E claro, os passeios apaixonantes por Paris, Cidade Luz, bela, envolvente e convidativa, levando o espectador a um clima mágico e a desejar estar presente naquelas cenas / paisagens maravilhosas brincando com seu imaginário artístico. É uma declaração de amor a Paris.
Escrito e dirigido por Woody Allen como sempre notável, inteligente, espirituoso, nostálgico, sensível e questionador sobre as questões humanas e suas fraquezas, dentre outros tópicos, irresistível e incansável dentro de seu estilo.
Muito interessante. Allen continua em boa forma aos 75 anos.
Produção EUA / ESPANHA / 2011.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

FILME A Minha Versão do Amor / Barney's Version








É um enredo com narração retrospectiva para contar a história de Barney Panofsky (Paul Giamatti) que está na faixa dos 60 anos e resolve contar a "sua versão" dos fatos de sua vida. O produtor de televisão da "Totalmente Inútil Produções" tem um temperamento difícil e uma vida marcada por sucessões de tropeços, fracassos, instabilidades emocionais, passos em falso, dentre outras intempéries, vê-se ora como vítima, ora como executor de atos "condenáveis", ou não?
Bem, passeando pela vida amorosa de Barney, conhecemos a sua primeira mulher, uma artista hippie, neurótica e depressiva que acabou se suicidando. O segundo casamento foi marcado pelo fato que na hora da festa, ele conheceu e se apaixonou por uma outra mulher, deixou a recepção para perseguir até o trem e não mais a tirou da cabeça. Até que aos poucos foi se desligando da segunda esposa até, finalmente, conseguir casar com Miriam (Rosamund Pike) que se tornaria a terceira esposa e realmente a que ele amou até o resto de sua vida e com quem teve 02 filhos. Mas, quando o casamento também entra em crise e Miriam vai passar alguns dias com o filho e volta para casa, descobre que Barney teve uma pequena aventura extra conjugal, não se conforma e pede a separação. Barney fica enfurecido, resiste ao divórcio, mas acabam concordando.
O tempo passa, Miriam casa com outro e Barney começa o processo de demência senil, levando o espectador a perceber que esta última esposa foi o único amor da vida dele. Nessas passagens de tempo, o grande amigo Boogie (Scott Speedman) morre e ele é acusado da morte. Após 30 anos, o fato é esclarecido e finalmente as suspeitas sobre Barney são arquivadas.
É um drama de humor melancólico.
O ator Paul Giamatti atualmente é um dos mais requisitados de Hollywood, devido aos tipos que encarna suscetíveis a fracassos, fraquezas, incertezas, hesitações, enfim, personagens que se identificam com o espectador.
Vale ressaltar o excelente desempenho, como sempre, de Dustin Hoffman, já envelhecido e como pai de Barney e um ex policial  de tipo bem vulgar e dotado de muita esperteza.
Paul Giamatti foi o ganhador d última edição do Globo de Ouro.
A direção é de Richard J. Lewis / Canadá / Itália / 2010.

FILME A Última Estação / The Last Station


 O PRÓPRIO TOLSTÓI

Belo filme. É uma história de época e uma narrativa biográfica de Lev Nikoléievich Tolstói (1828-1910) ou Liev Tolstói ou Léon Tolstói ou Leo Tolstói encarnado por Christopher Plummer nos turbulentos e irrequietos últimos anos de sua vida, precisamente no início do século passado.
Autor da obra “Guerra e Paz”, dentre outras, onde prega a liberdade e o nacionalismo, ele luta para difundir e disseminar a sua doutrina pelo mundo, obtendo com isso, inúmeros admiradores e seguidores.
A fase em questão é historicamente rica em que ele se vê dividido entre sua doutrina que pregava pobreza com a realidade de sua enorme riqueza e luxo, ou seja, retrata a forma de como ele lidava com a fama.
Casado com a condessa Sonia Andreievna Bers (Helen Mirren) com quem teve 13 filhos, mulher esperta e sagaz, de temperamento forte, não aceitava a renúncia feita por Tolstói à riqueza adquirida através da venda dos direitos autorais, o que gerava muitas desavenças e brigas entre o casal, apesar do imenso amor que os unia, demonstrado claramente até o final da vida dele.
Entre os altos e baixos da vida a dois, Tolstói decide sair de casa, mas o seu estado de saúde é bastante precário, requer cuidados médicos, o que o impede de seguir viagem. Instala-se na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan, no sul da Rússia e se mantém até os seus últimos dias, juntamente com uma de suas filhas e os seus fiéis discípulos e seguidores, como Vladimir Chertkov (Paul Giamatti), manipulador e convicto da doutrina, mantendo-se fiel até a morte e também o estopim dos muitos atritos entre o casal por causa da doutrina. Tolstói morreu aos 82 anos de pneumonia.
Vale ressaltar o secretário Valenti Bulgakov (James McAvoy), um rapaz jovem, extremamente dedicado e fiel a Tolstói, testemunha de diversas brigas e distúrbios do casal e que abriu mão de sua vida pessoal para acompanhá-lo na última retirada.
É um longa com roteiro muito bem escrito e de extensa documentação histórica. As fotografias são belíssimas. O figurino é irretocável, retratando o vestuário da época.
A trilha sonora é tocante, lê-se Sergei Yevtushenko.
Destaque para Helen Mirren encarnando a esposa, excelente atuação.
A direção é de Michael Hoffman / 2009 / Alemanha / Inglaterra, lê-se também “Sonho de uma Noite de Verão”.

Curiosidades:

  • Tolstói foi um escritor e ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade com a natureza. Suas ideias atraíram um séqüito de seguidores que se denominaram “tolstoianos”.
  • Foi um dos grandes escritores da literatura russa do séc. XIX com obras famosas como Guerra e Paz / Napoleão / Anna Kerenina, dentre outras;
  • Guerra e Paz (1865-1869), considerada uma das maiores obras da literatura mundial;
  • Embora extremamente bem sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstói atormentava-se com questões sobre o sentido da vida, deixando-se guiar pelo exemplo da vida simples dos camponeses. A partir daí, teve início o período que ele chamou de sua “conversão”. O cristianismo do escritor recusou a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja. Criticou o direito à propriedade privada e os tribunais e pregou o conceito da não violência. Após sua “conversão”, Tolstói  deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês.
  • Decidiu abrir mão de receber os direitos autorais dos livros que escreveu e elaborou um testamento secreto no qual passara todos os direitos de suas obras. Influenciou com suas ideias Mahatma Gandhi.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ciclo das Festas Juninas






Bem, nesse mês de junho é comemorado em todo o Brasil, desde o período colonial o ciclo das festas juninas que gira em torno de três santos e datas especiais: Santo Antonio (13/06); São João (24/06); São Pedro (29/06).
No nordeste, principalmente, esses santos são reverenciados e essas festas são importantes e marcantes para a região e historicamente são os eventos mais festivos e com forte apelo popular e cultural.
 É interessante notar que as datas são comemoradas na véspera, havendo sorteios e simpatias, ou seja, adivinhações a respeito de amores e do futuro.
A primeira que abre o ciclo é o culto a Santo Antonio, um santo português, nascido em Lisboa que foi cultuado como casamenteiro e de causas perdidas.
A segunda é a São João, considerado o protetor dos casados e dos enfermos é o santo festeiro caracterizado pelas festas alegres e coloridas, os acordes das sanfonas que arrastam pessoas ao longo das ruas e pátios dos eventos.
A terceira é São Pedro considerado o protetor das viúvas e dos pescadores. Os fogos e o pau de sebo são as principais atrações da festa. Reza a tradição que no seu dia, todos os que recebem seu nome devem acender fogueiras na porta de suas casas.

As comemorações dos 03 santos têm cunho religioso e intenções diferentes com inúmeras atrações como as guloseimas e iguarias como batatas-doces assadas, canjica, quentão, milho verde e assado, bolos típicos, cuscuz, amendoim, licores, e como as fogueiras, as quadrilhas, fogos de artifício, bombinhas e tantos outros atrativos que fazem um festival de alegrias, transformando o espírito das pessoas diante das afinidades e particularidades da festa, ocasionando um fluxo migratório muito grande para essas regiões.
Durante esse período as ruas são enfeitadas com bandeirolas e balões de forma bem humorada, através de personagens típicos como o padre, a beata, a parteira, o prefeito, a primeira dama, o noivo, a noiva e tantos outros que compõe o cotidiano da vida.
Destaque para as carroças ornamentadas, os casamentos matutos, as quadrilhas tradicionais e estilizadas.
A queima das fogueiras, dos foguetes e balões fazem festa no céu, transformando o evento em um espetáculo interessante e divertido. O show pirotécnico é fascinante, com fogos de todos os tipos e feitios juntamente com os balões espalhados por todo canto movimentando o encanto do imaginário de cada pessoa. 
As quadrilhas são consideradas uma herança do folclore francês, chamando atenção as roupas típicas e coloridas e as danças entre homens e mulheres, enchendo de irreverência e alegria os olhos dos que assistem.
Enfim, ainda persiste e resiste a valorização das tradições, dos costumes e das características da festa, incentivando as transmissões de suas brincadeiras e popularidade através de várias gerações.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

VINICIUS II



FOTOS DE LEYLA

Em Ipanema / RJ existe uma livraria da música - TOCA DO VINICIUS - que é o Centro de Referência da Bossa Nova onde podemos encontrar um acervo muito grande de LPs, DVDs, CDs, Songbooks, partituras, biografias, lembranças temáticas e também disponibiliza livros de história da música, dentre outras atrações. Enfim, é um espaço que serve de informações para os amantes da Bossa Nova.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poesia Cantada - Vinicius de Moraes







Fotos: Divulgação

Saudosismo. Essa é a palavra e o sentimento para falar do saudoso Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, o Vinicius de Moraes (1913-1980) e do grande compositor-cantor e poeta com muitas histórias para contar...

Constituiu-se uma espécie de mito: o homem e suas emoções, seus muitos casamentos, os inúmeros amigos, o seu romantismo, a boemia, o seu desprezo pela formalidade, sua voz penetrante, sua popularidade, sua personalidade...
Há os que o adoram, mas com certeza essa adoração, como a minha, é consequência de seu trabalho como poeta e como letrista, abrindo uma direção afetiva com certa inclinação para o diálogo com a poesia.
Observando-se seus poemas maduros e modernos, posso dizer que a poética de Vinicius preza pela inovação, clareza, transformação, experiências comuns, simplificação das coisas, do tempo, dos afetos e da própria vida.
Tanto seus poemas quanto suas canções reinventam o mundo de modo generoso e emotivo. Sua atuação artística e intelectual deixou um legado incomparável dentro da Bossa Nova, os seus desdobramentos não tem alcance, o mundo se rendeu a uma inteligência privilegiada, a um letrista popular, a uma voz que deixou rastros de liberdade e de alegria por onde passasse.

Libertou-se dos preconceitos, quebrou paradigmas, adentrou suas obras por novos caminhos através dos versos e das temáticas modernas, incorporando uma atmosfera irreverente e filosófica.
Os seus versos harmonizam com o fluxo natural da vida e a sua condição efêmera, as palavras dialogam com a variedade de cenas, personagens e afetos, manejando com maestria a construção de uma linguagem em busca da arte.
A alma do poeta foi cristalizando através de seus poemas que criou uma certa intimidade e um vínculo duradouro com o leitor que vê sua emoção sendo despertada, desnorteada e dinamizada.
A sua popularidade não o banalizou, pelo contrário, disseminou energia e visibilidade, demonstrando a sua capacidade de criar imagens de tamanha beleza e grandeza.
Segundo Tom Jobim, o “parceirinho” de Vinicius, os seus poemas são marcados por musicalidade, ritmo, timbre, fluidez melódica, recursos da fala cotidiana, dentre outros... “Vinicius sabia comungar com um crioulo de morro e bater um samba  com a faca na garrafa”, dizia Tom.
Assim, Vinicius arriscou-se a experimentar, sem se acomodar e a responder as necessidades próprias da canção popular. A Bossa Nova foi um movimento decisivo e de repercussão na história da música brasileira.
Fomos agraciados com obras que são verdadeiras pérolas como essas:

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

E mais ...

Chega de Saudade

Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim


E mais ...


Soneto de Fidelidade 

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

E mais ....

Eu Sei Que Vou Te Amar

 

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência sua eu vou chorar
Mas cada volta sua há de apagar
O que essa ausência sua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Maravilhosos, não? Poemas com frases intensas e envolventes e de conteúdos emotivos, fez dele um letrista realmente genial.

Vale lembrar as parcerias memoráveis com Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden  Powel, Toquinho, Edu Lobo, Chico Buarque, dentre tantos outros ...

Bem amigos, como ele dizia em uma de suas canções:

."... A vida é pra valer
       E não se engane não, tem uma só ...”

Afinal, chega de saudades, de amenidades, de tanta sublimidade, vamos tocando e cantando ...

  " Se não tivesse o amor
    Se não tivesse essa dor
    E se não tivesse o sofrer
    E se não tivesse o chorar
    Melhor era tudo se acabar”   ...................................................
                                              (Berimbau)



FILME O Primeiro que Disse / Mine Vaganti






É uma comédia tipicamente italiana com direito a passeios pelas ruas estreitas e conservadas de uma pequena cidade no sul da Itália, a apreciar visualmente a culinária com suas cores vivas e convidativas, a ouvir belas e alegres músicas, a sentar-se a mesa e compartilhar os momentos com a família Cantone, sem esquecer, é claro, de um detalhe interessante que é uma fábrica de massas. Imaginem!
Isso tudo serve de cenário para contar a história de uma tradicional família que se associa a um empresário do ramo de massas e convoca todos, em especial os 02 filhos homens para assumir os negócios. É aí que começa a reviravolta, ou seja, um  dos filhos Antonio (Alessandro Preziosi) rouba a ideia do irmão  e assume  perante todos que é gay, traindo em parte o próprio irmão Tommaso (Riccardo Scamarcio) que veio para cidade no intuito de dizer aos familiares que é gay.
E daí, tudo muda,  o pai extremamente conservador não aceita, expulsa Antonio de casa e a partir desse momento, começa a virada de Tommaso que assume os negócios da fábrica de massas, tendo que tomar um outro rumo de sua vida, abrindo mão de seus sonhos e aspirações.
Nesse ínterim, cenas engraçadas vão acontecendo como a chegada dos amigos gays, quebrando o clima de severidade da família.
Personagens típicos que compõem uma boa sátira brincam e brindam a platéia com tipos característicos como as fofoqueiras da cidade, a tia solteirona, as sobrinhas gulosas, a matriarca da família Cantone e o seu passado, dentre outros.
Enfim, é uma divertida sessão pipoca com um agradável gostinho italiano. A direção é de Ferzan Ozpetek / 2010.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

AMIZADE II


Falar em amizade é falar em conquistas, em nobreza, é enaltecer um jeito e uma pessoa especial que também faz de você um ser especial ...
É transformar o dia a dia, é amenizar as dores íntimas através de uma boa conversa, é ser simpatizante de opiniões diferentes, é ser ouvinte, é ser paciente, até ser impaciente é perdoado porque amizade é um exercício de constante paciência ...
A amizade também cria laços de interdependência, tanto física como emocional, é o compartilhamento de ideias, é o fruto de interesses diversos ...
Ela vai se construindo, ganhando espaço, derrubando "paredes", vencendo barreiras, ampliando a sua rede ... e o tempo passa, a amizade fica, às vezes sente-se perdida, parte para outras descobertas, mas com certeza essa saudade que permanece não é da falta, mas da presença invisível que a pessoa consolida em nosso coração. ..
À você, Leonardo, fruto de uma amizade construída com apreço e respeito, os meus sinceros votos de um longooooo caminho de muita sorteeeeeeee e muita luzzzzzzzz. Você merece.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

FILME CAMINHO DA LIBERDADE / THE WAY BACK







Magnífico. O ponto de partida é a Polônia de 1940, devastada pela guerra e dividida entre as forças de Hitler e de Stalin, onde a insegurança social e política assumem o controle e traça o pano de fundo para a história do jovem polonês Janusz (Jim Strrgess) que é denunciado por espionagem pela própria esposa e é condenado e enviado para a Sibéria para trabalhos forçados em condições subhumanas. Mas  o espírito de determinação e de liberdade nunca o abandonou, fazendo com que se articule com outros companheiros de cela para a mais tensa, corajosa e dramática aventura - a fuga.
As cenas ganham peso quando Janusz e os companheiros conseguem fugir do campo de concentração e se veem na mais desoladora e gélida paisagem. Ida sem volta, só resta uma única solução: caminhar, caminhar. caminhar ...  são mais de 6.400 km, uma luta incessante e cruel pela sobrevivência.
O filme é tocante e comovente.  O enredo desenvolve uma gratificante amizade, companheirismo e interdependência entre os 7 homens.  No decorrer das cenas, vidas vão sendo encerradas, mas o objetivo único é a própria sobrevivência.  Eles juntos lutam desesperadamente contra o frio e o gelo mortífero, o sol causticante dos desertos, a fome, a sede, o medo, o esgotamento emocional, o sentimento de derrota, mas acima de tudo, demonstra que a lição mais importante é a luta, a persistência, a determinação, a amizade e a lealdade.
As fotografias são belíssimas, incluindo locações na Índia, Marrocos, Austrália e Bulgária.    
Vale ressaltar as maquiagens nas cenas de calor intenso nos desertos, a dor e a insolação estampados nos rostos de cada um e as excelentes atuações de Colin Farrell e Ed Harris, desempenhando toda uma dramaticidade que as cenas exigiram.
Curiosidades: 
1-Baseado no livro The Long Walk: The True Story of a Trek to Freedom, publicado em 1956, onde o tenente polonês Slanovir Rawicz escreve sua própria história. Capturado pelos russos e condenado por espionagem durante a 2ª Guerra, foi enviado para um campo de concentração na Sibéria, onde conseguiu escapar.O livro virou roteiro cinematográfico pelo documentarista Keith R. Clarke e o filme assinado pelo australiano Peter Weir, diretor de Sociedade dos Poetas Mortos / O Ano que Vivemos em Perigo / O Show de Truman.
2- Foi um fracasso de bilheteria nos EUA, não chegou a faturar US$ 3 milhões.
Enfim, o filme é imperdível e é para ser visto e revisto nas telonas.