terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mentes que Ficam


Shakespeare, Khalil Gibran, Hermann Hesse, Friedrich Nietzsche, Aristóteles, Sócrates e tantos outros ...

Conjecturar, intuir, interpretar o momento de criação de cada um é navegar por águas distantes, abstratas e subjetivas, mas reconhecer as profundas e preciosas mensagens de cada palavra, cada sentido é beber e saborear numa fonte extremamente enriquecedora e sempre atual.

Portanto, em homenagem aos muitos pensadores que influenciaram o mundo e o modo de pensar, agir e sentir dos que tiveram e tem sensibilidade para compreender e aceitar as profundas lições de vida que provocam em nossas mentes e corações, está sendo lançado mais um marcador - Pensadores - espaço aberto e criativo para reflexões, meditações e ideias sem medo de ser feliz.


FONTE:  GOOGLE
William Shakespeare (1564-1616)

“ Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”





FONTE:  GOOGLE
Hermann Hesse (1877-1962)

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”





FONTE:  GOOGLE
Khalil Gibran (1883-1931)

“ O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.”

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

FILME Amor a Toda Prova / Crazy, Stupid, Love














Comédia romântica contemporânea que conta a história de um casal em fase de separação. Ele, o quarentão Cal Weaver (Steve Carell) acaba de saber, em pleno jantar a dois, que a sua esposa Emily (Julianne Moore) está tendo um caso com um colega de trabalho e que quer o divórcio, abalado, muda-se para um pequeno apartamento e tenta recomeçar a sua vida, agora, em nova fase de solteiro, passando a agir de forma frágil e  infantil.
Numa de suas saídas aos bares noturnos, conhece Jacob Palmer (Ryan Gosling) que se prontifica a ensinar-lhe como ter estilo, beber, conversar e conquistar as mulheres, além de influenciar na transformação do visual, principalmente na maneira de vestir e ter autoconfiança.
A partir daí, começam as investidas de Cal, tentando se readaptar às mudanças, encontrar uma pessoa legal e apagar o passado, só que está mais difícil do que parece, ele está ligado à ex mulher Emily e a relação afetiva com os  filhos é muito forte.
No decorrer da trama, surgem cenas engraçadas e divertidas e o espectador embarca em situações hilariantes como as do filho mais velho Robbie (Jonah Bobo) que tem uma “paixonite” de adolescência pela babá Jessica (Analeigh Tipton), também adolescente e as próprias trapalhadas que Cal enfrenta na sua performance de solteiro, como a da professora ex alcoólatra encarnada por Marisa Tomei.
O filme é uma trama romântica leve, inteligente, bem elaborada, humorada e sintoniza com conteúdos emocionais e diálogos sensíveis e cômicos, conquistando a plateia ao celebrar a busca pelo amor em todas as fases da vida.
O elenco é de primeira. A direção é de Glenn Ficarra e John Reque, os mesmos diretores de “Golpista do Ano” com atuação de Rodrigo Santoro. EUA / 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RETRATO DE UMA VIDA – FRIDA KAHLO PARTE II

AUTORRETRATO


PAI DE FRIDA - GUILLERMO KAHLO

MUSEU FRIDA KAHLO - MÉXICO







AUTORRETRATOS DE FRIDA KAHLO

CORES VIVAS E CHAMATIVAS - SUA MARCA REGISTRADA

RETRATO DE UMA VIDA – FRIDA KAHLO










FONTE:  GOOGLE


O que eu pinto é a minha realidade. Pinto o que passa por minha cabeça sem maiores considerações.”
                                                            (Frida kahlo)

Mito. Enigma. Força. Emoção. Dor. Superação. Resignação. Fixação. Autoimagem … essas são algumas palavras que definem a vida e o comportamento de uma importante artista do Séc. 20, a pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), nasceu Magdalena Carmem Frida Kahlo Calderón no subúrbio de Coyoacán. Conheceu a dor desde cedo, aos seis anos contraiu poliomielite que a deixou com o pé direito atrofiado. Passou por vários problemas de saúde e foi durante o período de convalescença que descobriu a arte e se motivou com a ajuda de um cavalete construído especialmente para que pudesse pintar deitada, encontrando na pintura a razão de seu viver e o conforto para o seu sofrer.

Desde seu primeiro quadro pintado evidenciou que o objeto de sua obra seria ela mesma. “ … eu pinto-me porque sou o assunto que conheço melhor...”, dizia Frida. Assim como sua vida, sua arte sempre foi marcada pelos excessos ... de cor, de dor, de angústia … pintava a própria realidade, as experiências pessoais e os aspectos dolorosos. Transformou como ninguém o feio em belo e o sofrimento em resignação, marcando seu estilo extravagante e singular. Essa relação apaixonada e próxima com a realidade que a cercava, esse processo de reconstrução é que a tornou única e especial e expôs isso ao mundo.

Teve como característica marcante a vaidade, gostava de se arrumar com cores vivas e chamativas e de se pintar. Tinha consciência do poder de sua imagem e não teve vergonha e nem medo de se expor, tinha uma verdadeira fixação por seu autorretrato, amplamente difundido através das pinturas e fotografias.

Influenciou o mundo das artes, adotou temas do folclore e da arte popular do México. Deixou marcas profundas no mundo da moda, inspirou alguns estilistas, especialmente os franceses através de trajes e vestes mexicanas e indígenas bem alegres, coloridas e cheias de adornos. Ditou seu próprio estilo através das calças compridas masculinas e depois as longas e exóticas saias para esconder os defeitos físicos, tornando sua marca pessoal. Com o pai aprendeu a fotografar e com a mãe herdou o hábito de vestir-se em trajes típicos. Fascinou os olhos do mundo.

Na vida pessoal teve uma relação turbulenta e complicada com o muralista Diego Rivera, seu grande amor, vinte anos mais velho que ela. Casaram-se duas vezes.

Era engajada na política de seu país e teve amigos influentes como Joseph Stálin e Leon Trótski.

No México existe o museu Frida Kahlo – La Casa Azul ou A Casa Azul onde a artista nasceu, viveu e morreu aos 47 anos de idade. Construiu um acervo de aproximadamente 200 obras, a maioria autorretratos. Atualmente seus quadros tem destaque e prestígio nos museus mais importantes do mundo e são valorizados e disputados por colecionadores no mercado internacional de artes.

Enfim, Frida teve a capacidade de ser um artífice de sua própria imagem e se propôs a perpetuá-la através das artes, confrontando-se com seus limites e introduzindo uma estética diferente da beleza tradicional. Sua personalidade singular foi levada para as telas do cinema e mais de cem livros foram escritos sobre ela. Representou simbolo do feminismo, da liberdade de expressão e consagração com suas marcas de exotismo, ambiguidades e excentricidades. Única.




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

JORGE (AMADO) JORGE









R. Alagoinhas, nº 33 – este foi o endereço da casa de Jorge, o Amado, nascido Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001), um ícone da cultura baiana que se empenhou não só em divulgar e multiplicar a história e o povo da Bahia, mas em poetizar e perpetuar as raízes de sua cultura, deixando um legado literário impressionante na arte das letras.

Foi um contador nato de histórias, desde as primeiras linhas do romance “O País do Carnaval”(1932), marcando sua carreira literária, passeando pelos coronéis do cacau, pelas Gabrielas cravo e canela, pelas morenas jocosas, pelas cabrochas sensuais …

Suas obras exalam o cheiro de Ilhéus/BA e o gosto do cacau, valorizando a cultura local. Podemos citar o restaurante Vesúvio imortalizado nas suas prosas como o ponto de encontro, a boa comida libanesa e os quitutes baianos e é claro, o quibe “original” de "seu Nacib". Foi um precursor do turismo cultural.

Foi um dos brasileiros mais publicado, lido e traduzido no mundo, entre romances, poesias, contos, literatura infanto-juvenil, textos para teatro, biografias, dentre tantas outras. O seu legado está em 52 países e 42 idiomas.

O Amado Jorge tinha uma capacidade de ir e vir do real ao imaginário sem perder o diálogo entre os dois, estabelecendo uma sintonia perfeita com a ficção. Mesmo os escritos em prosa é pura poesia. Dentro do seu estilo ficcional os temas constantes das obras são os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças e tradições, ressaltando a sensualidade do brasileiro.

Foi um dos autores mais adaptados para a televisão brasileira como Tieta do Agreste, Gabriela Cravo e Canela, Teresa Batista Cansada de Guerra, Dona Flor e seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, dentre outros, além de adaptações para o cinema e teatro.

Podemos citar algumas de suas obras desde o início de suas produções em sequências de tempo e regularidade impressionantes: Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Marto (1936); Capitães de Areia (1937); Gabriela, Cravo e Canela (1958); Os Velhos Marinheiros (1961);  Morte de Quincas Berro D'Água (1961); Dona Flor e seus Dois Maridos (1966), dentre tantas outras ...
Seu casamento com Zélia Gattai (1916-2008) também escritora, durou 56 anos.

Enfim, prosear sobre Jorge é um convite a beber  numa fonte criativa e inspiradora regada a celebração e renovação de uma presença que permanecerá sempre em nossas mentes e emoções tantas vezes compartilhadas através de suas obras.  Inesquecível.









FILME A Árvore da Vida / The Tree of Life















É um filme que narra a história de duas gerações de uma família Texana que tem no patriarca representado por Brad Pitt a figura central da trama e a sua relação com a esposa encarnada por Jessica Chastan, mãe meiga e carinhosa e seus 03 filhos.
Anos 1950. Nesse contexto da dinâmica familiar, a paternidade era baseada no castigo e austeridade, imperava a autoridade e a intransigência, prevalecendo um clima de medo e respeito. O filho mais velho Jack (Hunter Mccracken) reage a essa situação e vive em constante atrito e conflito consigo e com o pai, estabelecendo uma relação conturbada até mesmo com o irmão mais novo por motivo de ciúmes.
Nesse cenário o caçula morre precocemente desencadeando paralelamente por parte do espectador uma busca para entender os fatos e traduzir literalmente a mensagem do filme. É um desafio, não só pelas imagens e fotografias nada banais, um tanto simbólicas e abstratas, como traduzir nas entrelinhas as perguntas que o filme induz - é possível viver o caminho da natureza, mundano ou o caminho da graça universal? Viríamos para esse mundo para nos redimir?
Esse sentido de transcendência da jornada humana através da busca pelo amor altruísta, da herança que cada um carrega, a representação simbólica do mundo e do tempo se traduz em uma obra repleta de simbolismos e significados, de conteúdos existencialistas, divagando por questões filosóficas, chegando até mesmo a dificultar a compreensão diante da complexidade dos temas abordados.
Belas fotografias e ótimos efeitos especiais. A trilha sonora é de Alexandre Deplat. Excelentes atuações de Brad Pitt e Sean Penn.
Escrito e dirigido por Terrence Malick. EUA / 2011.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

FILME: Homens e Deuses / Des Hommes et Des Dieux













Um longa francês inspirado em fatos reais ocorridos na Argélia em 1996, onde 09 monges franceses vivem em um mosteiro trapista localizado no alto de uma montanha, vivem em paz e harmonia com a população muçulmana do pequeno vilarejo pobre e carente que cresceu ao redor do mosteiro e com a natureza, plantam hortas, criam ovelhas, colhem mel para vender na feira livre, atendem aos doentes, doam remédios, assistem aos necessitados, enfim, tem como missão ajudar e amparar a comunidade. Sentem-se bem e felizes com essa missão tão gratificante.
Mas, há uma guerra civil instalada no país, os radicais agem brutalmente assassinando grupos de operários croatas, o exército oferece proteção mas os monges, liderado por Christian (Lambert Wilson) recusa a ajuda armada do Governo Argelino e propõe aos outros continuarem agindo de forma independente, sem se ausentarem do país. Impedem a entrada de homens armados no mosteiro, instalando uma tensão permanente nas sequências das cenas.
A partir desses momentos vai criando e crescendo um impasse entre os monges, ocorrendo as posições individuais e divergentes entre o ficar e o partir, entre atender as carências da população ou se livrar dela.
Esses momentos são tocantes, a doutrina não prevê martírio ou dilema de ordem espiritual muito menos política, o objetivo único é assistir e atender as mazelas da população pobre e carente, então, depois de reuniões e orações eles decidem, por votação, continuar na região, o que provoca um desconforto e aumenta a tensão, desde quando eles tornam suspeitos diante dos conflitos instalados.
Outro aspecto interessante é que a partir do momento que surgem as ameaças terroristas, começam a mostrar o lado humano/homem dos monges, as suas individualidades, opiniões, divergências, eles tornam-se humanos, vemos então, não como deuses mas como simples mortais, os valores e a fé, efetivamente.
O espectador embarca e se perde nessa trajetória de tempo, de vida simples e de dedicação, nas orações, nos cânticos entoados na capela, nos trabalhos agrícolas imergindo numa atmosfera de silêncio, contemplação e concentração.
O desfecho é previsível. Até hoje há controvérsias.
A direção é de Xavier Beauvois.  França/2010.   Muito bom.  Vale a pena.