quinta-feira, 3 de maio de 2012

Luiz Gonzaga – O Rei do Baião


O soprodeideiasnoar não poderia deixar de exprimir admiração e respeito por esse artista da música popular brasileira que muito representou e significou para o fortalecimento da cultura do Nordeste do Brasil.

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como Luiz Gonzaga (1912-1989), nascido no sertão de Pernambuco, foi o compositor que criou e popularizou o baião, o xote, o xaxado e tantos outros ritmos que fizeram dele o ícone do povo nordestino. 

Esse gênio musical do sertão não só inventou novos ritmos, como construiu um mundo de adornos e enfeites que lembrava os cangaceiros, como o vestuário de gibão e chapéu de couro do vaqueiro, além de ter introduzido a sanfona de 120 baixos com a utilização de letras.

Fotos de Leyla Alban
Observamos muitos desdobramentos de comportamento e músicas a partir de Gonzaga no cenário musical e cultural brasileiro, desde os anos de 1940.

A sua genialidade foi na tradução e interpretação através de criatividade e sensibilidade da cultura sofrida do nordestino do sertão. 

Acompanhado de sua sanfona, zabumba e o triângulo, levou alegria nas festas juninas e nos forrós pé de serra.

Foi um autêntico representante da música e da cultura do Nordeste, mantendo-se fiel às origens e ao gênero musical que mais o consagrou – o baião.

Através da letra da música “Asa Branca” em parceria com Humberto Teixeira, composta em 1947, reflete o sentimento e a emoção do sofrimento do sertão.

Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

Fotos tiradas da exposição por Leyla Alban

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