É um romance com pitadas de drama que tem um sabor interessante ao retratar a história de Marie Speranski encarnada com habilidade e talento por Juliette Binoche (dispensa apresentações) que num belo dia, precisamente depois de 15 anos, acorda e se dá conta de que perdeu a memória, ou seja, cristalizou as lembranças quando ela tinha 25 anos de idade.
E daí? aos poucos descobre que está casada com o charmoso e milionário cartunista Paul Speranski, vivido com desenvoltura por Mathieu Kassovitz e tem um filho Adam (Yvi Dachary-Le Béon) de 10 anos.
Isso é pouco ao perceber que também se tornou uma executiva de sucesso e comanda negócios milionários nas empresas investidoras do sogro, e que também não se lembra das suas atividades do cotidiano, senhas dos cartões de crédito, dentre outras tantas atribuições e compromissos de trabalho e pessoais.
O mundo ao seu redor desmoronou, literalmente, a impressão que ela tem é que está vivendo a vida de outra mulher, deduz-se o título do filme, vindo a perceber que se afastou totalmente da vida em família.
Então, a poderosa decide se redescobrir e reconquistar a sua própria vida, inclui marido e filho, que tinha ficado pra trás.
Diante da complexidade dos sentimentos envolvidos e das escolhas e consequentes rumos tomados pela protagonista, o espectador se enche de indagações ao longo da trama e se sente estimulado a saber qual será o desfecho.
O roteiro permite reflexões e o final, previsível ou não, combina com as palavras tentativa X possibilidade.
A agradável e charmosa trilha sonora é assinada por André Dziezuk e as belas fotografias são de Thierry Arbogast.
Escrito e dirigido por Sylvie Testud. França/Bélgica/Luxemburgo/2012.
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