sexta-feira, 4 de novembro de 2011

FILME / MOVIE Esses Amores / Ces Amours-là














É um drama francês envolvente e apaixonante, assinado pelo elogiado diretor Claude Lelouch que narra a história de Ilva (Audrey Dana) e seus amores. Filha de uma atriz pornô do cinema mudo numa época de grandes preconceitos, tem como pano de fundo uma Paris sofrida e ocupada pelos alemães na 2ª Guerra Mundial.

A narrativa permite-nos conhecer Ilva, uma mulher livre em pensamentos e ações que permitiu-se amar e ser amada por homens que marcaram a sua vida em épocas e lugares diferentes como o jovem honesto e sincero, o soldado alemão, os dois soldados americanos e por fim, o advogado pianista Simon (Laurent Couson), o narrador da própria história de Lelouch.

Trabalhando como lanterninha no cinema do padrasto em Paris, Ilva se envolve com o comandante alemão Horst (Samuel Labarthe) e vê ingenuamente o seu padrasto e projecionista (Doninique Pinon) ser assassinado e acusado de ter relações com a Resistência. Entre reviravoltas, consegue reerguer-se até que conhece em um bar noturno os dois soldados americanos (Jacky Ido e Gilles Lemaire), apaixona-se pelos dois e consegue decidir através do “cara ou coroa” com qual deles quer se casar. Nesse ínterim, ambos vão para a guerra e um deles morre.

Já no período do pós-guerra a trama vai esquentando a partir desse ponto, quando o outro rapaz vem lhe trazer a notícia e ao mesmo tempo lhe pede em casamento. Ela aceita e vão morar nos EUA, tornando a esposa do herdeiro da Singer, o império das máquinas de costura. É aí que as coisas mudam …

O longa abre e se mistura com a própria história do cinema, percorre acontecimentos históricos intercalados por trechos de filmes antigos passando pelo cinema mudo, os primeiros filmes nazistas, percorrendo o século XX e chegando nos dias atuais. Entrelaça a vida e a arte embalados com muita música numa viagem deliciosamente cronológica e emocional.

Lelouch surpreende com o tom autobiográfico e presenteia o espectador com memórias inesquecíveis, do começo ao fim homenageia os cinéfilos, principalmente os de sua geração, desde a criação e evolução do cinema falado até as produções atuais. Coloca pitadas de saudosismo o que seduz e estimula a plateia a viajar nesse rico universo da 7ª ARTE.

É uma mega produção com apurado empenho técnico e visual e uma trilha sonora inspiradora e maravilhosa. Belo filme. Surpreendente e inesquecível. França / 2010.  Vale a pena assistir.

Curiosidade: Conforme dito, o filme é pessoal e tem toques autobiográficos. Dedica a seus sete filhos e dois dos quais estão no elenco desse filme: Salomé Lelouch e o garoto Sachka que interpreta o menino que durante a guerra se refugia na cabine de projeção e se apaixona pelo cinema.

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