A
narrativa permite-nos conhecer Ilva, uma mulher livre em pensamentos
e ações que permitiu-se amar e ser amada por homens que marcaram a
sua vida em épocas e lugares diferentes como o jovem honesto e
sincero, o soldado alemão, os dois soldados americanos e por fim, o
advogado pianista Simon (Laurent Couson), o narrador da própria
história de Lelouch.
Trabalhando
como lanterninha no cinema do padrasto em Paris, Ilva se envolve com
o comandante alemão Horst (Samuel Labarthe) e vê ingenuamente o
seu padrasto e projecionista (Doninique Pinon) ser assassinado e
acusado de ter relações com a Resistência. Entre reviravoltas,
consegue reerguer-se até que conhece em um bar noturno os dois
soldados americanos (Jacky Ido e Gilles Lemaire), apaixona-se pelos
dois e consegue decidir através do “cara ou coroa” com qual
deles quer se casar. Nesse ínterim, ambos vão para a guerra e um
deles morre.
Já no
período do pós-guerra a trama vai esquentando a partir desse ponto,
quando o outro rapaz vem lhe trazer a notícia e ao mesmo tempo lhe
pede em casamento. Ela aceita e vão morar nos EUA, tornando a esposa
do herdeiro da Singer, o império das máquinas de costura. É aí
que as coisas mudam …
O longa
abre e se mistura com a própria história do cinema, percorre
acontecimentos históricos intercalados por trechos de filmes antigos
passando pelo cinema mudo, os primeiros filmes nazistas, percorrendo
o século XX e chegando nos dias atuais. Entrelaça a vida e a arte
embalados com muita música numa viagem deliciosamente cronológica e
emocional.
Lelouch
surpreende com o tom autobiográfico e presenteia o espectador com
memórias inesquecíveis, do começo ao fim homenageia os cinéfilos,
principalmente os de sua geração, desde a criação e evolução do
cinema falado até as produções atuais. Coloca pitadas de
saudosismo o que seduz e estimula a plateia a viajar nesse rico
universo da 7ª ARTE.
É uma
mega produção com apurado empenho técnico e visual e uma trilha
sonora inspiradora e maravilhosa. Belo filme. Surpreendente e
inesquecível. França / 2010. Vale a pena assistir.
Curiosidade:
Conforme dito, o filme é pessoal e tem toques autobiográficos.
Dedica a seus sete filhos e dois dos quais estão no elenco desse
filme: Salomé Lelouch e o garoto Sachka que interpreta o menino que
durante a guerra se refugia na cabine de projeção e se apaixona
pelo cinema.
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