É
um longa poeticamente dramático, cativante, sensível e envolvente
que conta a história de dois simplórios e ingênuos jovens; Jing
(Dongyu Zhou), uma moça pobre e esforçada que se apaixona por Sun
(Shawn Dou), um rapaz direito e que cultiva as melhores intenções
com Jing.
Jing
é filha de um ativista político que está preso por oposição ao
regime do governo e de uma professora que é o tempo todo vigiada e
rotulada de capitalista por conta dessa oposição. Em razão dessa
situação e com a responsabilidade de zelar pelo nome da família,
Jing é enviada para um povoado rural para ser “reeducada”,
chegando lá, fica hospedada na casa de uma família, cujo pai é
militar, então ela conhece um rapaz chamado Sun, se apaixonam e, em
segredo, passam a enfrentar dificuldades para manter o
relacionamento, não só devido as diferenças sociais e econômicas,
quanto familiares, o que torna o romance perigoso.
E
Sun é filho de general, estudante de geologia, desenvolve pesquisas
em uma mina e é apaixonado por Jing, tendo que lutar contra tudo e
todos para concretizar esse amor.
A
história tem como pano de fundo a polêmica Revolução Cultural da
China, um período de grandes e profundas mudanças ocorridas nos
anos 60/70, dirigida pelo líder comunista e revolucionário Mao
Tsé-Tung. O movimento contou com a participação da juventude
e através de seus programas sociais e políticos causaram danos a
China, tendo como resultado políticas de perseguição e um estado
repressivo, autoritário e violento, causando muito derramamento de
sangue. A narrativa não tece críticas ao governo, apenas mostra a
realidade da época.
É
uma linda e comovente história de amor, contada com tanta delicadeza
e sutileza que envolve o espectador que se enche de emoção e
cultiva as melhores intenções quanto ao futuro (?) dos dois.
O
interessante fica por conta da lenda sobre um espinheiro dos heróis,
é assim chamado porque ali foram torturados e mortos os soldados
chineses pelos japoneses na Guerra Sino-Japonesa, ao invés de nascer
flores brancas, brotam flores vermelhas, uma referência ao sangue
dos chineses. O casal passou a se encontrar nesse local e o
espinheiro passou a ser o símbolo desse amor impossível.
A
direção é de Zhang Yimou. Merece destaque esse diretor como um dos
mais atuantes no cinema chinês, tendo no currículo Sorgo
Vermelho, Lanternas Vermelhas, Herói, O Clã das Adagas Voadoras,
dentre outros filmes e o reconhecimento pelos trabalhos requintados e pelas belas fotografias.
Nesse, vale
ressaltar a fotografia de Zhao Xiaoding e a Trilha Sonora de Chen
Qigang. China / 2010. Vale a pena conferir.
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