É um filme sensível,
visto por um olhar feminino, cuja história se passa em um pequeno vilarejo numa
região do Líbano, isolado do mundo, onde cristãos e muçulmanos convivem
pacificamente e mantém relações sinceras e duradouras de amizade, mas essa paz
pode ser abalada por questões religiosas e a comunidade se transformar em um
campo minado de brigas e destruições.
A diretora capta com habilidade
e sensibilidade e transfere para as telonas o papel ativo e pacificador da
mulher nesse terreno árido, e com pequenas doses de humor aborda questões
sérias e delicadas como o partidarismo político e as crenças religiosas como
combustíveis poderosos na destruição da paz.
O espectador acompanha
atento à evolução das cenas e constata que tudo pode ser motivo para contaminar
a harmoniosa convivência entre eles.
A própria Nadine
encarna Amale, a dona do único bar da aldeia que funciona como ponto de
encontro apartidário e como centro de ações e segredos entre mulheres que
ajudam a manter o “clima” amigável da comunidade.
Como por exemplo, a
simples instalação de um aparelho de TV comunitário desencadeia pequenos desentendimentos
que se não fossem abortados pelas mulheres, poderia implicar em sérios
confrontos.
E agora, aonde vamos?
É a pergunta que não quer calar, mas através da união e das estratégias das
mulheres para proteger suas famílias, superar as diferenças e a intolerância
religiosa numa terra tão hostil, as respostas poderão surgir ou não. Só
assistindo para saber.
O filme recebeu o
prêmio Melhor Filme – Prêmio de Público/2011.
A direção é da
franco-libanesa Nadine Labaki. França / Líbano
/ Itália / Egito /2011.
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