A
narrativa contém altas doses de drama e pouquíssimo ou quase nenhum
humor, apesar de ter como pano de fundo o universo circense e suas
particularidades e peculiaridades e a guerra civil que assolou a
Espanha na ditadura Franco no período compreendido entre o início
(1936-39) até meados dos anos 1970, sinalizando a véspera do início
e a fase final de um sangrento e sombrio período da história da
Espanha. Nesse cenário caótico e sangrento, o cineasta espanhol
Aléx De La Iglesia desenrola uma espiral de paixão, loucura e
violência entre dois homens pela disputa do amor de uma mulher,
desencadeando uma permanente tensão nessa história passional com
desdobramentos angustiantes e imprevisíveis.
Tudo
acontece em 1937, nesse contexto de guerra quando os republicanos
caçam voluntários para lutar contra as forças franquistas e um dos
palhaços, o Palhaço Branco (Santiago Segura), dentro de um vestido
e peruca de mulher, ataca armado de foice e faz um verdadeiro
estrago contra os soldados do Exército Nacional que o levam preso e
acabam matando-o. Nesse ínterim, o seu filho Javier (Carlos Areces),
ainda menino, absorve todo o ódio, abraça a profissão do pai e
acata o pedido de se tornar, quando adulto, um palhaço triste e
comece a trabalhar em um circo.
Passaram-se
os anos, Javier se tornou um homem introvertido e triste devido a
perda de seu único laço afetivo, e então, ele começa a trabalhar
em um circo nos arredores de Madri por volta de 1973 onde conhece o
Palhaço Gracioso Sergio (Antonio de La Torre), o rei absoluto do
circo.
A trama
narra os conflitos existentes entre os palhaços Javier e Sergio que
se apaixonam pela bela trapezista Natália (Carolina Bang), então
mulher do segundo, provocando um insano e violento duelo por seu
amor. Natália vai dividir-se entre a paixão violenta e doentia de
Sergio e o amor tranquilo de Javier.
O
inesperado nos surpreende a todo momento, levando o espectador a se
comover com o drama entre os dois palhaços e a relação de amor e
ódio desencadeando uma cruel e sangrenta batalha. É uma obra
alegórica e com estilo, enriquecendo a trama com os efeitos visuais.
No mínimo diferente.
O filme
venceu os prêmios de melhor direção e roteiro de De La Iglesia no
Festival de Veneza / 2010. França / Espanha / 2010.
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