terça-feira, 25 de outubro de 2011

FILME Balada do Amor e do Ódio / Balada Triste de Trompeta













A narrativa contém altas doses de drama e pouquíssimo ou quase nenhum humor, apesar de ter como pano de fundo o universo circense e suas particularidades e peculiaridades e a guerra civil que assolou a Espanha na ditadura Franco no período compreendido entre o início (1936-39) até meados dos anos 1970, sinalizando a véspera do início e a fase final de um sangrento e sombrio período da história da Espanha. Nesse cenário caótico e sangrento, o cineasta espanhol Aléx De La Iglesia desenrola uma espiral de paixão, loucura e violência entre dois homens pela disputa do amor de uma mulher, desencadeando uma permanente tensão nessa história passional com desdobramentos angustiantes e imprevisíveis.

Tudo acontece em 1937, nesse contexto de guerra quando os republicanos caçam voluntários para lutar contra as forças franquistas e um dos palhaços, o Palhaço Branco (Santiago Segura), dentro de um vestido e peruca de mulher, ataca armado de foice e faz um verdadeiro estrago contra os soldados do Exército Nacional que o levam preso e acabam matando-o. Nesse ínterim, o seu filho Javier (Carlos Areces), ainda menino, absorve todo o ódio, abraça a profissão do pai e acata o pedido de se tornar, quando adulto, um palhaço triste e comece a trabalhar em um circo.

Passaram-se os anos, Javier se tornou um homem introvertido e triste devido a perda de seu único laço afetivo, e então, ele começa a trabalhar em um circo nos arredores de Madri por volta de 1973 onde conhece o Palhaço Gracioso Sergio (Antonio de La Torre), o rei absoluto do circo.

A trama narra os conflitos existentes entre os palhaços Javier e Sergio que se apaixonam pela bela trapezista Natália (Carolina Bang), então mulher do segundo, provocando um insano e violento duelo por seu amor. Natália vai dividir-se entre a paixão violenta e doentia de Sergio e o amor tranquilo de Javier.

O inesperado nos surpreende a todo momento, levando o espectador a se comover com o drama entre os dois palhaços e a relação de amor e ódio desencadeando uma cruel e sangrenta batalha. É uma obra alegórica e com estilo, enriquecendo a trama com os efeitos visuais. No mínimo diferente.

O filme venceu os prêmios de melhor direção e roteiro de De La Iglesia no Festival de Veneza / 2010. França / Espanha / 2010.

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